Dra. Juliana Venâncio – Cardiologista em São Roque e Alphaville.

O que é obesidade?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define obesidade como o excesso de gordura no corpo capaz de fazer mal à saúde.

A obesidade é uma doença crônica e considerada uma doença pandêmica, e se classifica em segundo lugar entre as causas de morte que poderiam ser evitadas, perdendo apenas para o tabagismo.

Diagnóstico

O diagnóstico é definido pelo índice de massa corporal (IMC) que é calculado por uma fórmula utilizando a altura e o peso do indivíduo. IMC= peso em quilos dividido pela altura em metros ao quadrado. A pessoa tem obesidade quando o IMC é maior o igual a 30 kg/m2 e sobrepeso quando o IMC esta entre 25 e 29,9 kg/m2, ambas as situações podendo ter prejuízos pelo excesso de gordura.

No Brasil, mais da metade da população está acima do peso sendo a maioria mulheres.

Causas de obesidade

A genética contribui com 70% para o desenvolvimento de obesidade somada a outros fatores importantes como alimentação irregular e falta de atividade física. Além disso, aumento de consumo de produtos industrializados, estresse, fatores biológicos, algumas doenças e transtornos mentais que requerem uso de determinados medicamentos, falta de acesso aos serviços de saúde, alterações do sono, distúrbios hormonais, podem contribuir para o aumento de peso.

Complicações

A obesidade está associada a inúmeras complicações que pioram a qualidade de vida e pode desencadear diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e alguns tipos de câncer.

Essa doença crônica está associada a complicações como:

Doenças cardiovasculares:

  • infarto do miocárdio
  • angina
  • insuficiência cardíaca
  • acidente vascular cerebral
  • hipertensão arterial
  • fibrilação atrial
  • veias varicosas

Doenças endocrinológicas:

  • pré-diabetes
  • diabetes mellitus tipo 2

Doenças respiratórias:

  • apneia do sono
  • asma brônquica

Doenças do sistema digestivo

  • doença da vesícula biliar
  • pancreatite aguda
  • doença hepática gordurosa não alcoólica
  • doença do refluxo gastroestofágico
  • doença hemorroidária

Sistema geniturinário

  • infertilidade
  • disfunção erétil
  • síndrome dos ovários policísticos
  • insuficiência renal crônica
  • incontinência urinária

Artrose

  • nos joelhos
  • no quadril

Doenças psiquiátricas

  • depressão
  • ansiedade
  • disfunção cognitiva
  • demência

Um pouco de peso perdido já pode trazer muitas vantagens:

A partir de 2,5% de redução de peso, melhora nas taxas de:

  • glicemia
  • triglicérides
  • fertilidade

Entre 5 e 10% de redução de peso, melhora nos sintomas associados a:

  • dores articulares
  • incontinência urinária
  • depressão
  • síndrome do ovário policístico

e melhora dos níveis de:

  • qualidade de vida
  • mobilidade
  • função sexual
  • HDL (colesterol bom)
  • dislipidemia (gordura no sangue)

Mais de 10% de redução de peso, redução na predisposição a:

  • esteatose hepática (gordura no fígado)
  • eventos cardiovasculares

Mais de 16% de redução de peso, pode reduzir:

  • mortalidade
  • progressão do Diabetes mellitus tipo 2

Tratamento

O Tratamento inclui:

  • alimentação saudável, com redução da ingestão de calorias e
  • aumento da atividade física
  • uso de medicamentos
  • tratamento cirúrgico em casos mais graves

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